Pesquisar este blog

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Neoarabismo?

Nos últimos dias o mundo está vendo agitações sociais nos países árabes. Tudo começou na pequena Tunísia, outrora lar dos grandes cartagineses, descendentes dos fenícios. A população se uniu e retirou o ditador Zine El Abidine Ben Ali, que “reinou” no pequeno país por 23 anos. Depois o movimento “afetou” o importante Egito, e derrubou o ditador Housni Mubarak por 30 anos e hoje. O caso egípcio ganhou maior notoriedade por se tratar de um importante país na região com forte economia e controlar o Canal de Suez o caminho mais curto entre a Ásia e a Europa, ligando esses dois mercados importantes. Agora o movimento se espalha por Líbia, Marrocos, Iêmen, Jordânia e Bahrein. No primeiro o excêntrico governador Muammar Gadafi, no poder há 41 anos, é reconhecido pelo seu governo pouco coerente, tentou criar um tipo de socialismo aos moldes islâmicos que ficou marcado nas décadas de 1980 e 1990 como forte opositor dos EUA, passa a partir da década de 2000 a ser aliado e ajudar no “combate ao terrorismo”.
Mas, o que é esse movimento? Porque ele se espalha pelo oriente médio? Em comum esses países têm a aliança com os EUA. Possivelmente esse movimento seja uma consequência direta dos atentados de 11 de Setembro, quando claramente o mundo conhece um movimento anti-americano no oriente médio. Desde então com as invasões do Afeganistão 2001 e Iraque 2003, o prestígio americano vem decaindo na região, aliado a isso tem-se ao modo como sucessivos governos de extrema direita em Israel (maior aliado americano na região) vêm tratando a questão palestina. Soma-se a crise econômica que atingiu os EUA diretamente fazendo com que se voltem mais a questões internas e esquecessem um pouco seus aliados externos. O governo moderado de Obama (em relação ao de George Bush filho) vem desagradando seus aliados históricos, até mesmo Israel.
A queda de prestígio dos EUA não só no oriente médio e no mundo como todo, fez com que seus aliados perdessem sua base e assim surgisse um movimento que reivindicasse uma democracia genuinamente árabe e não nos moldes americanos. Um exemplo na região é o Irã, que rejeitou o governo pró-ocidente do Xá Reza Pahlev e instituiu um governo democrático aos moldes árabes. SIM! O Irã é uma democracia, não nos moldes ocidentais como conhecemos, mas com características locais. Não sei como será analisado essa movimentação social no oriente médio, tudo vai depender nos próximos meses o resultado. Vão conseguir instituir uma democracia árabe e assim serem chamadas de revolução? Vão ser apenas vitórias locais? Ou vão perder e desaparecer na história?

Nenhum comentário:

Postar um comentário