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domingo, 6 de abril de 2014

O Outro sob nosso olhar

Bom dia a todos! Hoje um vídeo que leva a reflexão de nossa prática enquanto ensino de História.

Apesar do vídeo ser antigo, o seu discurso ainda é atual. 
É de conhecimento geral reconhecermos que nossos alunos possuem conhecimentos prévios sobre diversos assuntos, e dentro da perspectiva de ensino interacionista é em cima desse conhecimento prévio que devemos construir nossas aulas com intervenções e orientações. 
Nossa função enquanto formadores de cidadãos é desenvolver nos nossos alunos o raciocínio crítico. Dentro do desenvolvimento deste está o desenvolvimento da habilidade de construir neles a perspectiva do ponto de vista, tirá-los do egocentrismo histórico eurocêntrico que durante séculos vivemos. 
A mídia (impressa, televisiva, cinema, internet, etc) é em parte responsável pela construção deste egocentrismo ocidental. Notamos isso em discurso dos nossos alunos: "Os nordestinos possuem um forte sotaque (como se nós, paulistas, não tivéssemos), "o terrorismo é culpa dos muçulmanos" (como se fossem eles os criadores) e a História do Brasil inicia-se em 1500 (como se o território não fosse antes habitado).
A autora em questão mostra bem esta necessidade, seja na sua formação dentro da sociedade nigeriana, como quando ela vai morar no Estados Unidos. No caso da mesma, a literatura foi um importante canal de construção e desconstrução deste imaginário.  
Mas sabemos que nem todas as famílias dos alunos brasileiros possuem condições necessárias para disponibilizar aos filhos livros de Gabriel Garcia Márquez, Ernest Hemigway, Lewis Carol, Dostoiévsky, Mia Couto nem mesmo Jorge Amado para que ele possoa fazer uma comparação e assim descortinar a sua visão de mundo, portanto eu vejo que uma de nossa função enquanto professores de história é mostrar o Outro sem ser de nossa perspectiva.


domingo, 30 de março de 2014

Aulas analógicas e Alunos digitais

Bom dia! Esse post eu ensaiei, ensaiei em como escrever... Depois de limpar o camarão para fazê-lo a baiana quase bobó e tomar um pouco de coragem com coca-cola e venho até aqui para escrever. Hoje a minha reflexão é sobre o uso de tecnologia em sala de aula e um dispositivo em especial que se tem tornado um pesadelo para todos os professores: O celular. Há uma lei federal que proíbe o uso do celular em sala de aula (Lei nº12.730 de 2007). Mas será que a proibição simples e pura é o caminho? Peço esta reflexão devido a um fato que ocorreu comigo em sala de aula na Escola Estadual. Iniciei um projeto com os alunos pedindo a reflexão sobre a Liberdade como direito e suas situações de respeito e desrespeito. Quando entro em determinada sala noto que boa parte dos alunos desta sala não trouxeram o material necessário para a confecção de trabalhos visuais sobre o tema. Então a saída foi eles fazerem desenhos e complementarem com textos. Mas onde pesquisar? Se a sala de computação da escola possui 8 computadores e não pode funcionar sem um estagiário presente que não existe no momento? A saída foi eu liberar o WiFi do meu celular e orientá-los na pesquisa nos seus dispositivos móveis (celulares)e digo que o resultado foi satisfatório, eles pesquisaram, retiraram ideias de suas pesquisas e conseguiram transpor. Como exponho a seguir
Devido ao sucesso desta ação que surgiu de forma espontânea me trouxe a consciência um debate que eu sempre me fiz. Não está na hora de repensar a lei federal? Creio que se trabalhássemos dentro da perspectiva de conscientização de nossos alunos no uso de tecnologias para uso pedagógico, creio que o dispositivo móvel deixaria de ser pesadelo para nós e passaria a ser uma ferramenta de estudo, como funcionou para mim neste dia. É um processo que não tem como freiar: os celulares se popularizaram, a internet popularizou e os jovens estão cada vez mais conectados, falta é criar em sala de aula este ambiente de ferramentas virtuais de aprendizado e com isso, talvez, acabaremos com o eterno conflito Aulas analógicas e Alunos digitais

sábado, 15 de março de 2014

Educação não é brincadeira

Este post é fruto de vários comentários de pessoas fora e dentro da educação que venho escutando e confesso que me causou um certo incômodo. O primeiro deles, há um tempo, foi de um advogado que gostaria de dar aulas de língua portuguesa na escola estadual, apenas por Hobby e me perguntava como faria. Sua justificativa era que o porteiro do seu trabalho, que fez faculdade de administração, estava lecionando matemática por falta de emprego. Neste momento eu me perguntei: - Será que alguém faz medicina apenas por Hobby? Ou é Engenheiro apenas por Hobby? Por que então alguém vai ser professor apenas por Hobby? EU não fiz quatro anos de faculdade e mais três de mestrado apenas por Hobby, eu levo a minha profissão a sério e gostaria que TODOS a levassem a sério também. EDUCAÇÃO NÃO É HOBBY! eu lido com o formação de crianças e adolescente e seus pais depositam e mim e em meus amigos o futuro profissional de seus filhos. Eu e meus colegas não fazemos isso por Hobby, somos PROFISSIONAIS e portanto, nos trate com respeito. Outro relato foi de um amigo que me confessou que durante o ensino médio, pensou em fazer faculdade de História, muito devido a admiração que ele tinha pela professora, então foi perguntar a mesma o que ela achava. Eis que a mesma respondeu: - Só se for por hobby, porque não dá dinheiro, pensa em outra coisa para sustentar. Confesso que isto me irrita profundamente. Posso não fazer fortuna com minha profissão, mas eu tenho orgulho dela. Quando estou ali lidando com a formação de um cidadão, não posso, enquanto educador, por a questão financeira a frente da satisfação profissional. É importante o financeiro? É! Mas não é o decisivo, não estou ali para julgar o que ele deve ou não fazer, a minha função é orientar e como profissional não posso tirar o mérito de minha profissão, tenho que valorizá-la. Pior que esta é um postura muito comum entre nós, profissionais da educação, o que me irrita, se eu não valorizo a profissão que é o meu sustento, como faço então para a sociedade maior valorizá-la? Se eu ponho a questão financeira a frente da satisfação profissional, como faço para desenvolver e meu aluno a educação de valores? Duas característica que todo profissional da educação necessita ter é: coerência entre seu discurso, prática e função social e possuir a educação como causa. Passar bem!

domingo, 2 de março de 2014

Eu voltei...st

Eu voltei... Após dois anos afastado, ensaiando retorno e adiando os mesmos, aqui estou! Por que retorno hoje? Hoje eu me sinto bem e livre para retornar e escrever aqui novamente. Nestes dias fatigantes de muitas aulas, fiquei pensando é possível modificar a natureza humana? Qual a minha função enquanto educador? Isto veio a tona em uma aula à 6ª série C do Estado onde passei alguns slides sobre Renascimento cultural. Em meio ao caos da última aula (17:30-18:20) de uma sexta-feira pré-carnaval após um mês fatigante de aulas, passo imagens de quadros e esculturas de Michelângelo, Da Vinci, Boticceli e Rafael Sanzio,expliquei as técnicas de simetria, espelhismo, profundidade, detalhes das esculturas, leio trecho dos Lusíadas e passo um trecho de Romeu e Julieta. Não me preocupo se eles conseguiram assimilar, ou não, mas o quanto eles conseguiram? Noto que sempre lembrarão da obra que os fez chorar, ao ficarem abismados com a aparência de Camões sem um olho que também ficará marcada. O nu frontal de David de Michelângelo também choca a aqueles que estão mais acostumados com a vulgaridade da mídia a sensibilidade da arte. Mas vejo que realmente consegui o meu intento ao passar o trecho do filme de 1968 de Romeu e Julieta de Franco Zeffirelli e vejo lágrimas a rolarem pelos pequenos rostos de 12 anos, após o suícidio duplo do casal ao som de A Time for us. Vejo que alcancei meu objetivo: sensibilizá-los para uma obra artística e mostrar que a arte é atemporal e, mesmo após 400 anos, continua atual. Bom retorno a todos!

domingo, 23 de outubro de 2011

ENEM: mais que um projeto pedagógico, um projeto político

O Enem surgiu em 1998 durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, elaborado pelo ministro da educação Paulo Renato de Souza. Tinha por objetivo inicial avaliar o desempenho dos alunos no Ensino Médio dentro dos PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais). Tinha 63 questões mais redação feito no mesmo dia. A partir de 2009 o ENEM ganha um novo formato elaborado pelo ministro da educação Fernando Hadad. Com dois dias de provas, dividido por grande áreas do conhecimento:as cinco competências do ensino (Ciências Humanas e suas tecnologias, Ciências da Natureza, Linguagem e seus códigos, Matemática e Redação) e suas 21 habilidade também é o processo seletivo das universidades federais, A mudança que eu destaco no “velho” e “novo” ENEM é a democratização do ensino superior que ele proporcionou nesses 13 anos de existência. Primeiramente com o ProUni (Programa Universidade para todos) possibilitou jovens de baixa renda financiarem seus estudos em universidades particulares. A partir de 2009 quando se torna processo seletivo das universidade federais (SISU) ele supera regionalismo dos vestibulares que algumas universidades faziam para privilegiar os estudantes locais. Mas como toda mudança, trás resistência até que seja complementada, as grandes redes de ensino particular estão, desde 2009, atacando incessantemente o ENEM, pois se cumprir a sua meta que é substituir o vestibular e se tornar um processo seletivo único, cursinhos pré-vestibular e materiais didáticos, teriam que re-formular totalmente suas estruturas e seus métodos de ensino. Mas além de todo esse projeto pedagógico brevemente explicado, o ENEM também se tornou projeto político, seja do PSDB como herança de seu governo,ou do PT como instrumento da democratização do ensino superior no Brasil e desde 2009 ele é projeto político pessoal do ministro da educação Fernando Hadad, sua intenção louvável de tornar o ENEM o vestibular único também será sua propaganda política, com pretensões a prefeitura de São Paulo, ele precisa de um apoio forte para vencer seus rivais internos, como Marta Suplicy que conta com apoio da grande parte do PT paulista, ou mesmo os seus rivais externos e maior desafio: o PSDB que conta com grande apoio do eleitorado de classe média paulista que, em sua grande maioria, é conservador. Portanto o ENEM ainda é um projeto, não finalizado, mas em construção e desde 2009 vem ganhando um formato, ainda há muitas coisas a serem desenvolvidas e superadas como a questão de segurança que, a meu ver, em 2011 foi alcançada. Creio que nos próximos 10 anos o ENEM superará os vestibulares e sim, de fato, ditará os rumos da educação do Ensino Médio e Básico no Brasil como é sua intenção. E também é um projeto político educacional de um governo, mas que necessita nesses 10 anos se tornar independente e fixo, superior a projetos políticos de partidos governantes.

domingo, 9 de outubro de 2011

Ituverava II

Boa Noite, Este é o segundo post que eu posto sobre Ituverava, o primeiro foi em 18/07/2010 (http://mendesventura.blogspot.com/b/post-preview?token=rraj7DIBAAA.oSrrHw4oPFXkA3eU4vXfJw._ZpEuWTgMEupjMg13bVF5Q&postId=5331755233822220626&type=POST) aqui mesmo, com um olhar melancólico sobre o que foi Ituverava de outrora e o que ela se tornou hoje. Ontem revendo alguns vídeos do meu canal do youtube com minha namorada (http://www.youtube.com/user/marciomuz) bateu uma nostalgia, uma saudade imensa de Ituverava, apesar dos pesares e acontecimentos que me afastaram da cidade do nordeste paulista, sinto falta de amigos de infância, dos tempos de colégio, parentes e queria dizer que apesar de estar longe há muito tempo de vocês, ainda guardo boas lembranças de vocês e que nunca esqueci o local de onde vim: "Desejo também que tenha amigos, Que mesmo maus e inconseqüentes, Sejam corajosos e fiéis, E que pelo menos num deles Você possa confiar sem duvidar." (Trecho de Eu desejo de Victor Hugo) Abraço!!!

Amor

Boa Noite, Para essa postagem não tenho palavras que traduza o que sinto, é apenas sentimento e isso, é algo pessoal, mas algo que possa chegar próximo que eu sinto está no final do poema de Victor Hugo Eu desejo: Desejo por fim que você sendo homem, Tenha uma boa mulher, E que sendo mulher, Tenha um bom homem E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes, E quando estiverem exaustos e sorridentes, Ainda haja amor para recomeçar. E se tudo isso acontecer, Não tenho mais nada a te desejar Amor, te amo muito! você me faz bem, me faz sentir bem, é tudo aquilo que eu sempre quis! e seguindo a lógico do poema amor, "eu não tenho mais nada a desejar"

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

E a educação?

Como alguns sabem sou professor de História da rede particular e pública de São Paulo-SP. Venho por meio deste texto explicar um pouco da crise que afeta a minha classe no Brasil. Já há algum tempo roda pela internet uma charge em que mostra a situação do profissional da educação em 1969 e 2009, mostrando a diferença de postura na relação entre pais-professores-alunos/filhos.
Ela nada mais demonstra os efeitos da horizontalização das relações familiares. Antigamente nas relações verticais pais-filhos, agora se tornaram horizontais em algumas famílias onde filhos opinam e mandam tanto quanto os próprios pais na rotina do lar, isso trouxe benefícios em alguns casos como maior aproximação entre pais e filhos, mas também alguns malefícios como criando verdadeiros monstrinhos que não possuem limites, já que não há a força vertical em seu lar para impor. Mas a crise na educação vai muito além do que está explicito na charge. Além da desvalorização externa a classe profissional, também há uma desvalorização dentro da própria classe. Com os profissionais quem eu lido nas escolas e amigos, quase todos estão ou desmotivados ou não vêem perspectivas maiores na profissão. Muito dessa desmotivação vem do modo como os alunos encaram o ensino fundamental e médio. Apesar dos novos paradigmas da educação incentivar o professor a conhecer o contexto do qual o aluno está inserido, do uso das novas tecnologias e linguagens, vai haver um momento que as relações entre professor e aluno em sala de aula vão ter que ser verticalizadas, pois o professor, teoricamente, é formado e detentor do conhecimento, em algum momento seu diploma deverá prevalecer sobre o conhecimento do aluno. Entretanto a resistência dos alunos a essa verticalização é tão grande que impede o desenvolvimento do ensino e o profissional se vê de mãos atadas por essa resistência e amordaçado por uma legislação educacional que muitas vezes o impede e paralisado pelo sistema que o oprime. Junto com a desmoralização da escola, algo que escrevi em post anteriores, também veio a desmoralização do profissional, que passa a ser nada mais, ou nada menos, para alguns alunos aquela pessoa que apenas passa a nota e pronto. Deixou de ser o formador do cidadão crítico o educador social. Qual professor da rede particular nunca ouviu: “Ah deixa professor, vou fazer qualquer faculdade ai, tá barato mesmo”, “Ah professor, ppp – papai pagou, passou”, entre outras frases. Além dos alunos, há os pais que horizontalizaram as relações familiares e não conseguem impor limites a seus filhos e como muitos estudaram em uma escola retrógrada que oprimia os alunos em um regime rígido e militarizado, transferiram para a escola e ao professor a tarefa de educar seus rebentos, mas mal sabem que ao se horizontalizarem-se, horizontalizaram os professores também e reproduzo em alto e bom tom uma frase dita por uma supervisora em uma reunião de HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Comum) Escola não é família, é sociedade. A função da escola e do professor não é dar a educação moral e ética a crianças, mas sim prepará-la para viver em sociedade. Essa degradação chegou a tal ponto que semana passada em uma outra reunião de HTPC chegamos a seguinte conclusão infeliz: “Está faltando professores na Rede Estadual Paulista de Ensino”. Perdi as contas de quantas e quantas vezes que eu, professor efetivo de História, ministrei aulas de matemática no colégio onde leciono por falta de professores que assumam a carga horária e de professores eventuais. Mas em palestras ministradas no Rio de Janeiro e Goiás notei que a situação é a mesma enfrentada em São Paulo: profissionais desmotivados e desvalorizados por uma série de circunstâncias. Nesse ano contabilizei a baixa de três conhecidos que em menos de três anos lecionando largaram a docência, sendo que um dos casos foi diagnosticado depressão por não suportar o ambiente em sala de aula. Na comercialização das relações familiares e pessoais e da educação resultou na desvalorização externa do profissional da educação. E como não há nenhuma perspectiva de mudança, a desvalorização também passou a ser interna. Ou a sociedade muda e passa a lutar por uma educação melhor e maior valorização do profissional, luta e valorização que começa em casa, demonstrando a seus filhos, ou nos próximos 10 anos a qualidade da educação no Brasil vai degringolar.

domingo, 18 de setembro de 2011

Hey Joe

Hoje completa 41 anos sem James Marshall Hendrix, Jimi Hendrix (1942-1970), mais uma “vítima” do rock, abuso de drogas e dos 27 anos, combinação fatal. Nascido em Seatle, que viria a ser mais tarde a terra do Grunge, Hendrix é por muitos considerados o melhor guitarrista de todos os tempos, e aquele que popularizou o pedal wah-wah, utilizou a microfonia como estilo musical e durante o festival de Woodstock tocou o hino nacional americano The Star-Spangled Star com efeitos sonoros de bombas e tiros produzidas por sua guitarra. Descendente de índios cherokees é considerado ao lado de Morrison, um dos poetas do rock americano, iniciou sua carreira no início da década de 1960 sob influência do blues e do old rock, alista-se no exército, mas não chega a ir a Guerra do Vietnã (1965 -1975), entretanto suas músicas é popular entre os soldados americanos. Inicia sua carreira em 1965 em sua cidade natal e no ano seguinte muda-se para Londres onde entra em contato com outros monstros do Rock como Beatles, Erick Clapton, Jeff Beck, The Who e o jovem Farokh Bussara (Freddy Mercury). Chega a Inglaterra no início do rock psicodélico o que marca profundamente seu estilo de se apresentar nos palcos a base de altas doses de álcool e LSD, Hendrix bota fogo e quebra a sua guitarra, toca com ela nas costas, com os dentes, usar microfonia, solos longos, sua platéia entra em transe junto com ele. Em 1967 lança o álbum Are you experienced, sendo batido apenas pelo famosíssimo Sgt. Peppers dos Beatles. Finalmente Hendrix entra no roll dos grandes músicos do rock. No ano seguinte retorna aos EUA e funda seu próprio estúdio Electry Ladyland, mas nesse momento o abuso de álcool e drogas já estava atrapalhando Hendrix em seu desempenho nos palcos e nas relações com pessoas próximas sendo preso algumas vezes. Em 1969 ele entra no movimento da contra-cultura e toca em Woodstock sob efeito potente de LSD para uma platéia que o celebrava. Entre 1969 e 1971 diverso ícones do rock morreram pela combinação intensa e fatal de rock, drogas e 27 anos. Brian Jones (1969) Janis Joplin (1970) Jim Morrison (1971). Hendrix se junta a essa constelação de gênios do rock em 18 de Setembro de 1970, encontrado morto em seu quarto de hotel vítima de sufocamento ocasionado pelo seu vômito depois de uma noite regada a drogas, vinho tinto e remédios para dormir. Assim como os demais mortos, surgiram várias teorias de conspirações sobre a morte dele, mas nenhuma confirmada. Então, celebremos Jimi! I'm goin' way down south, way down where I can be free!

sábado, 17 de setembro de 2011

Não Deixe o Samba Morrer

Nessa semana, no dia 14, seria aniversário natalício de Milton de Oliveira Ismael Silva, ou simplesmente Ismael Silva. Para as novas gerações quase ninguém o conhece, autor de sambas formosíssimos como Se você Jurar, Ao romper da Aurora, Pra me livrar do mal, entre outros.
Da segunda geração de sambistas, Ismael nasceu em 1905 em Niterói-RJ, era o mais novo de cinco irmãos. Com a morte do pai a família passa por dificuldades financeiras e mudam-se para o bairro Estácio de Sá, onde Ismael passa a compor seus sambas a partir dos 15 anos de idade. Bairro que será incorporado ao seu nome dentro do meio do samba: Ismael da Estácio. Aos 20 grava seu primeiro samba Me faz carinhos, que promove sua aproximação com Francisco Alves, O Rei da Voz. Ao lado deste e Nilton Bastos monta o grupo chamado Os Bambas da Estácio. No carnaval de 1931 o trio compõe aquele que seria um dos melhores sambas já feito: Se você Jurar, aliás samba muito importante na vida do autor deste texto.



Se você jurar que me tem amor
Eu posso me regenerar
Mas se é para fingir, mulher
A orgia assim não vou deixar
Muito tenho sofrido
Por minha lealdade
Agora estou sabido
Não vou atrás de amizade
A minha vida é boa
Não tenho em que pensar
Por uma coisa à-toa
Não vou me regenerar
A mulher é um jogo
Difícil de acertar
E o home como um bobo
Não se cansa de jogar
O que eu posso fazer
É se você jurar
Arriscar a perder
Ou desta vez então ganhar


Nota-se claramente na letra da música a influência do momento em que viviam. O samba deixa de ter o ritmo quebrado do partido alto que a primeira geração (Donga, Mauro de Almeida e outros) cantava nos terreiros e passa a ser mais cadenciado. Assim como a letra, influenciados pela ascensão de Getúlio Vargas ao Poder em 1930 e a campanha da construção do “novo homem brasileiro”, os sambas passam a falar do malandro que busca a regeneração, que quer deixar a boemia e ter uma vida regrada. O Samba deixa de ser marginalizado e passa tocar nas principais emissoras de rádio da capital federal.
Nessa mesma época ele fazia parte daquela que foi a primeira escola de samba do Brasil: "Deixa Falar"; do qual ele era fundador e que após sua mudança para o centro do Rio de Janeiro e a morte de Nilton Bastos em 1931 deixa de existir após três anos de desfile. Se aproxima de Noel Rosa e compuseram juntos 18 canções. Seu afastamento do mundo do samba ocorreu devido a sua prisão após atirar em Edu Monteiro, cumpriu dois anos dos cincos que foi condenado por bom comportamento. Ficou recluso até a década de 1950 quando foi “ressuscitado” após a gravação do samba Antonico. Faz alguns shows esporádicos e veio a falecer em 1978 vitimado por um ataque cardíaco.
A seguir um vídeo do grande sambista