Assim como muitos paulistanos e amantes do cinema, venho acompanhando de perto a comovente tentativa do não fechamento do Cine Belas Artes. Uns dos marcos do cinema brasileiro e um dos poucos sobreviventes “cinemas de rua” em São Paulo, fechará as portas após 68 anos de existência. Será mais uma das milhares de lojas de departamento que povoam a cidade. Triste fim.
Essa comoção toda me fez lembrar o filme Cinema Paradiso (Itália,1983, Giuseppe Tornatore). Junto a história da relação entre os personagens Totó (Salvatore) e Alfredo, o filme mostra brilhantemente como a evolução do próprio cinema no pós guerra e como a modernidade se sobrepuja a tradição fazendo com que cinemas como o Paradiso (centro do entretenimento da cidade de Giancaldo ) perdesse espaço em uma cidade na Sicília (região menos desenvolvida da Itália). O modo de vida de Giancaldo em si é sobrepujado forçando o protagonista Totó se mudar na juventude para Roma e retornar somente após 30 anos.
São Paulo não é a cidade do personagem Totó, mas a modernidade fez com que cinemas tradicionais como o Belas Artes com sessões de filmes alternativos e clássicos, perdesse lugar para cinemas de Shopping com filmes Blockbusters e um local onde pessoas vão para comer e fartarem e não para admirarem a 7ª arte.
O Cinema Paradiso virou um estacionamento e o Belas Artes uma loja de departamentos. Mas aproveitem, porque este ainda promoverá esta semana sessões com filmes clássicos desde Sergei Einseinstein a Francis Ford Coppola. Quem for amante da 7ª arte não deixe de aproveitar
Nenhum comentário:
Postar um comentário